Pradosia lactescens (Vell.) Radlk.

Informações da avaliação de risco de extinção

Informações sobre a espécie

Notas Taxonômicas

Pradosia lactescens é relacionada à espécie da Guiana P. ptychandra, as quais possuem tamanho e formato das folhas e tamanho das flores similares. Diferem-se por P. ptychandra possuir folhas mais finas, com venação conspícua, nervuras secundárias mais numerosas, pecíolos mais longos e corola pubescente (Pennitnon, 1990).

Dados populacionais

Thomas et al.(2009), registraram 6 ind./ha com DAP <5 e 3 ind./ha DAP<10, em Serra Grande, Uruçuca, BA. Ocorre em áreas de floresta de galeria e montanas na Chapada Diamantina, BA (Funch et al., 2002). Foram registrados 3 ind./ha na Floresta Jiqui, Parnamirim, RN (Cestaro; Soares, 2002). Damaso (2009) amostrou 249 ind. em 0,24 ha na área (DR: 6,73), sendo uma das dez espécies mais importantes no Parque Estadual Dunas do Natal, Natal, RN. Gasparini-Junior (2004) registrou em 2 ind em 1ha na Reserva da Biologia da Universidade de Viçosa, MG. A espécie foi amostrada em área de cabruca em regeneração de 25 a 30 anos, com 2 ind. em área de 3 ha. (Sambuichi; Haridasan, 2007). Segundo as autoras as áreas de cabrucas estão sofrendo pressão para destruir a áreas remanescentes. Ocorre na APA de Massambaba, Reserva Ecológica Estadual de Jacarepiá, Saquarema, RJ, onde foram amostrados 4 ind. o equivalente a 8 ind./ha (Sá; Araújo, 2009). Sampaio et al. (2006) registraram 7 ind. em 10,24ha, de Floresta Ombrófila Densa Submontana do Parque Estadual de Carlos Botelho, Sete Barras, SP. Foram amostrados 8ind./ha na Reserva Sombra da Tarde, Prado e Alcobaça, BA (Ignácio , 2007). Foram registrados 8 ind. (DR: 0,49) na Mata do Jiqui, Parnamirim, RS; 46 ind. (DR: 2,08) na Mata do Catre, Parnamirim (Cestaro, 2002). Amostrada em área de onde estimou-se 2 ind./ha Floresta Estacional Semidecidual no Parque Estadual do Rio Doce, MG (Silva-Junior, 2008). Menezes et al. (2010) amostraram 1 ind (DA: 3,3 ind.;ha) na APA do Pratigi, Ituberá, BA. Evaristo et al. (2011) encontraram 3 ind. (DR: 1,37%) na Reserva Biológica da União, regeneração da mata atlântica em plantações abandonadas de eucalipto (Corymbia citriodora). Paula e Soares (2011) amostraram 3 ind./ha em área da Reserva Biológica de Sooretama, Linhares, ES. Gomes et al. (2011), encontraram 1 ind. (DoA: 1,8) no Parque Estadual da Serra do Mar, Núcleo Picinguaba, Ubatuba, SP.Thomas et al. (2009) amostraram 3 ind. em 0,1 ha (DR: 0,21%) na Fazenda Serra do Teimoso, Jussari, BA.

Distribuição

Ocorre nos estados de Roraima, Amapá, Pará, Amazonas, Acre, Rondônia, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Alagoas, Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná (Carneiro; Almeida, 2010).

Ecologia

Árvores ou arbustos. Folhas alterno-espiraladas (raramente verticiladas ou dísticas); venação eucamptódroma; estípulas ausentes. Fascículos caulifloros. Flores bissexuadas; estames epipétalos,exsertos; estaminódios ausentes. Frutos bacídios; epicarpo liso. Sementes com testa lisa, brilhante (Alves; Araújos, 2010). Espécie zoocórica, não-decídua, secundária tardia (Gasparini-Junior, 2004).

Ameaças

1.1 Agriculture
Incidência local
Severidade medium
Detalhes Sambuichi e Haridasan (2007) relatam que atualmente existe pressão para destruir as florestas remanescentes de cabruca (locais onde a espécie ocorre) e as recomendações de gestão agronômicas tendem a priorizar os lucros em detrimento da sustentabilidade. Para mudar isso, os agricultores devem ser encorajados a manter as árvores nativas nas plantações de cacau, a qual é eficiente em prover o sombreamento e ao mesmo tempo conservar a diversidade biológica. Segundo as autoras a educação ambiental é importante, mas que incentivos econômicos são fundamentais para assegurar a conservação biológica.

1.1.1 Crop
Incidência local
Severidade medium
Detalhes ​Oliveira et al. (2002) relata que a ação antrópica na Ilha Grande (também local de habita da espécie) é histórica e que a vegetação hoje remanescente tida hoje por "natural" pode se tratar, na verdade, de um sistema manejado durante séculos por sistemas agroculturais primeiramente indígenas, depois de caiçaras, canavieiras e cafeeiras (sec. XVIII). Atualmente a área é ocupada por caiçaras que realizam roças de subsistência. Os autores concluem que no local há um clímax antrópico, o qual parece ser a principal marca na estrutura e composição da vegetação que a atividade agrícola dos caiçaras (e dos grupamentos indígenas que os precederam) deixou sobre a paisagem florestada e que deve permanecer longo tempo após o término da intervenção do homem sobre o meio.

Ações de conservação

4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: ​Reserva da Biologia da Universidade de Viçosa, MG (Gasparini-Junior, 2004); Estação Ecológica em Porto Seguro, BA (Montagnini, 1994); Parque Estadual Dunas do Natal, Natal, RN (Damaso, 2009); Área de Proteção Ambiental de Massambaba, Reserva Ecológica Estadual de Jacarepiá, Saquarema, RJ (Sá; Araújo, 2009); Parque Estadual de Carlos Botelho, Sete Barras, SP (Sampaio et al., 2006); Reserva Sombra da Tarde, Prado e Alcobaça, BA (Ignácio , 2007); Estação Biológica de Caratinga e no Parque Estadual do Rio Doce , MG (Lombardi; Gonçalves, 2000); Reserva Biológica de Una (REBIO-Una), Una, BA (Martini, 2002); Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul, Ilha Grande, RJ (Oliveira, 2002); APA do Pratigi, Ituberá, BA (Menezes et al., 2010); Reserva Biológica de Sooretama, Linhares, ES (Paula; Soares, 2011). A espécie foi utilizada para reflorestamento no arboreto da Estação Ecológica em Porto Seguro, BA (Montagnini, 1994) onde contribuiu para o aumento de Carbono e Nitrogênio no solo (Montagnini, 2000).

1.2.1.3 Sub-national level
Observações: Rara (RR). Lista vermelha do estado do Paraná (SEMA/GTZ, 1995).